quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Era uma vez...

Desta vez a Hora do Conto teve como protagonista a História do Capuchinho Vermelho!! E num suporte muito especial que deliciou as crianças.
A história do Capuchinho Vermelho foi contada recorrendo a slides! E que engraçado que foi (nós não sabíamos que as nossas paredes eram especiais e que até faziam de televisão)!!

Sala da Magia


Sala da Fantasia


Segundo Catarina Barros (Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Psicanalítica), as histórias tradicionais são exemplo de uma herança cultural colectiva, focalizada nas vivências humanas e têm em comum sempre um problema/dilema, o que permite àcriança enfrentar o problema na sua forma mais essencial.
O bem e o mal estão presentes, mas ao serem representados simbolicamente (em personagens do maravilhoso) e afastados temporalmente (“Era uma vez…”; “Há muito, muito tempo…”), permitem que a criança encontre significados que lhe serão úteis, sem se traçar uma linha directa com as suas vivências reais.


Também o psicanalista Bruno Bettelheim, autor do livro “Psicanálise dos Contos de Fadas”, se debruçou sobre este tema.
Segundo Bettelheim, a cada conto corresponde um sector da evolução interior do indivíduo, utilizando alguns exemplos populares: em João e Maria, a luta relutante pela independência dos pais (o medo da separação); em Capuchinho Vermelho, a exposição prematura a experiências para as quais ainda não se está preparado (primeiros desvios às orientações dos pais); em Branca de Neve, o conflito/rivalidade entre filho e figura parental (simbolizado no conto pela madrasta), em A Bela e o Monstro, a temática antiga do amor existente entre progenitor e filho, do qual nascerá mais tarde um amor diferente, que o fará unir-se à pessoa amada.
O bom herói é largamente escolhido como figura de identificação, por se afigurar extremamente agradável à criança, em todas as suas lutas. O modo como o protagonista, frequentemente o mais pequeno, ou o mais novo, se desenvencilha dos obstáculos deparados, confere um sentimento de esperança na criança de que também ela, vencerá as suas piores ameaças. De acordo com o referido autor, quanto mais simples e directa é uma personagem, mais rapidamente a criança se identifica a ela e rejeita a má.
O “final feliz” que alguns adultos consideram irreal e falso, parece ser uma óptima contribuição que estes contos fornecem às crianças, encorajando-as a lutar por valores amadurecidos e a construir um sentimento positivo em relação à vida.

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